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AS MANCHAS QUE SE EXTINGUEM

STAINS THAT DECAY

Um Grande Felino Que Caminha Para O Livro das Memórias

O Leopardo-de-Amur.

  
Junto com o Lince Ibérico, este é o felino mais ameaçado da Terra. É difícil garantir com precisão qual dos dois se encontra em maior perigo. Também não é o mais relevante, porque a prioridade são ambas as espécies. A obrigação de todos nós, cada um à sua maneira, dentro das possibilidades de cada um: é lutar num esforço autêntico para que estes dois maravilhosos, magníficos e extraordinários felinos não se juntem a todos os outros que no último século já fazem parte apenas dos livros.
Os últimos espécimes deste felino em liberdade habitam uma pequena mancha da Ásia, com pouco mais de 5.000 km. Da Russia até uma pequena parte da China e da Coreia do Norte. Concretamente a taiga fria dos montes Sikhote-Alin até às florestas temperadas da península coreana. Falamos unicamente, com base nos censos de 2000, 2005, 2007, que nos últimos anos indicam apenas pouco menos de 50 exemplares... algo que deverá variar conforme os registos desde 25/30 a 34 ou perto de 50 como referem recentes registos coordenados pela WWF, a Wildlife Conservation Society (WCS) e a Pacific Institute of Geography of the Russian Academy of Science que acompanham e monitorizam a vida deste sobrevivente. Dados que trazem uma réstia de esperança, visto que foram monotorizados nas reservas de vida selvagem de Kedrovaya e de Leopardoviy, por câmaras armadilhas 12 indíviduos diferentes no mesmo local onde anteriormente tinham sido identificados 8 ou 9 animais.

Outra das iniciativas que pode ser vista como uma medida importante, mas com um cariz de solução extrema e dramática é: o banco de esperma criado pelo Jardim Zoológico de Londres. Esta recolha tem como objectivo congelar o sémem de espécies em vias de extinção e a inciativa já envolveu não só o Leopardo-de-amur, como o tigre da Sibéria e o tigre da Sumatra; espécies que fazem parte do grupo em maior risco de desaparecimento. A ideia deste projecto é estabelecer com outros parques zoológicos a possiblidades de diversificar a genética através da inseminação artificial.
Porém, também há quem diga que é tarde demais e se perdeu tempo demais... para bem da vida no planeta; espero que estas vozes estejam profundamente erradas e que estes novos elementos ajudem a investir seriamente na luta contra extinção de mais uma espécie. O parque nacional "A Terra do leopardo" criado pelo governo Russo, com uma área de 1.610 kilometros quadrados, pode ser a derradeira oportunidade para manter um corredor de sobrevivência, permitindo que o Leopardo desta forma crie as condições necessárias para manter os seus territórios de caça sem as ameaças que levaram nos anos 70 e 80 um decréscimo da população em 80%.
O Leopardo-de-amur (Panthera pardus ssp. orientalis/1857) é uma subespécie do leopardo-comum, conhecido também como leopardo-siberiano, leopardo-do-extremo-oriente ou ainda por leopardo da Manchuria.
Pertence ao Reino: Animalia, Filo: Chordata, Classe: Mammalia, à Ordem: Carnivora, Família: Felidae, Género: Panthera, Espécie: 'P. pardus e subespécie: P. p. orientalis. A lista vermelha colocou o seu estado de conservação: em perigo crítico de extinção desde 1996, apesar de que a situação preocupante já estava classificada como em perigo: em 1994. O que me leva a perguntar... o que têm andado a fazer todos os governos directamente responsáveis e as entidades conservacionistas? Falamos de um período de quase 20 anos, onde a população continua fortemente ameaçada e tão depressa decresce como recupera apenas ligeiramente. Os censos mais recentes em 2007 revelam uma variação nos registos de poucos casais com crias, e que variam de 5-6 crias entre 14-20 adultos controlados, dado que 6 a 8 pistas não foram possíveis de definir. Infelizmente, nos estudos que fiz não encontrei elementos relativos aos últimos 5, 6 anos... o que é surpreendente: ou por incapacidade minha na investigação ou porque tristemente não os há!Em termos biológicos, esta espécie diferencia-se das restantes por algumas caracteristicas particulares, A sua pele no inverno funciona como um manto de agasalho onde pêlos podem crescer dos 2,5 cm do tempo primaveril até aos 7 cm no período de maior frio. Os membros são musculados, grossos para poderem sobreviver num habitat duro e resistirem ao rigor das estações mais frias, perto do limite da resistencia para qualquer ser vivo que necessita de caçar para subsistir. Outros dos elementos que identificam bem espécie na deferenciação entre as subespécies são as manchas, chamadas rosetas negras, que no Leopardo-de-amur são maiores e mais afastadas entre os desenhos que as formam. A cor da pele no inverno é de um castanho claro, perto do creme esbatido, ao contrário do verão onde adquire uma cor espantosa de um tom alaranjado; sendo uma das razões pela qual a sua pele é tão cobiçada pelo "Homem". Os olhos azuis esverdeados são outras das suas singulariedades. Os machos podem pesar entre 40 e 70 kg e atingirem mesmo os 180 cms, enquanto as fêmeas pesam quase metade, os 27 e os 45kg, ficando-se pelos 90 aos 120 cms. Com uma gestação que ronda os 90 a 105 dias, o macho mantem-se com a fêmea num período de corte que não passa muito dos 3 a 5 dias, que ocorre entre janeiro e fevereiro. E as fêmeas só têm a sua primeira ninhada depois dos três ou quatro anos, após uma maturidade sexual aos três anos. A média do número de crias é por norma de duas a três crias, porém em situações excepcionais e favoráveis de sobrevivência; este número chega por vezes às seis crias. Os jovens leopardos permanecem junto da mãe durante uns 18 meses ou mesmo até aproximadamente aos 2 anos.

Em cativeiro podem viver até cerca de 17/23 anos, o que é um pouco menos do que se esperava para um felino desta natureza. Em liberdade a sua longevidade não excede os 10/15 anos. Actualmente estimam-se entre 200 a 300 exemplares em jardins e parques zoológicos, um número superior quatro a cinco vezes mais de todos aqueles que existem em estado selvagem. Jardins zoológivos como o de Londres, de Edinburgh, do Minnesota, Philadelphia, Oregon, San Diego, o Lincoln Park, o Zoo de Denver, o Twycross Zoo, Brookfield Zoo, na Alemanha no zoológico de Leipzig entre outros, poderão desempenhar um forte esforço para criar condições de biodiversidade genética de forma a garantirem a reprodução e o foco-chave numa eventual reintrodução no seu habitat natural. Todos estes jardins fazem parte de um programa de uma coligação de organizações (The Amur Leopard Species Survival Plan) que encetaram um projecto de preservação e financiamento na salvaguarda de um dos mais belos animais de que deveriamos ter orgulho da sua existencia no nosso planeta. Apesar das opiniões discordantes dos objectivos dos zoos, esta pode ser ainda uma possibilidade no investimento da conservação da espécie, mesmo com todas as contradições que envolvem as espécies em cativeiro.
A sua etologia não está suficientemente documentada.
São como a maioria dos grandes felinos seres solitários, extremamente territoriais. Não consentem que outros machos interfiram nos seus territórios, apenas as fêmeas são aceites por perto aquando do período de acasalamento. Por isso, o reduzido espaço que hoje em dia esta espécie habita é uma das razões de maior risco da sua sustentabilidade. As zonas montanhosas e rochosas ou as florestas boreais são os seus locais naturais, e é aqui estabelecem as suas zonas de caça e de luta pela sobrevivência. Devido à sua fisiologia robusta e agil ao mesmo tempo, em condições adversas, este felino possui capacidades de movimentação e predatórias espantosas; silenciosos, elegantes e fortes conseguem saltos que chegam atingir os 6 metros na horizontal e os 3 metros na vertical, como são também excelentes nadadores. Com velocidades que por vezes superam os 56 km/h. As presas naturais e mais constantes na sua difícil alimentação são: corço europeu, silka ou o veado japonês, o cervo almiscarado, a lebre europeia ou lebre castanha, e outros pequenos mamiferos, mesmo javalis ou porcos selvagens, e em situações extremas outros predadores tal como o texugo.
Infelizmente, neste caso como em todos os outros casos de animais ameaçados de extinção, o leopardo-de-amur luta desesperadamente para sobreviver num mundo hostil onde mais uma vez o ser humano é o principal responsável pela sua condição de elevadissimo risco de sobrevivência... destruindo as florestas e permitindo a desregulação do crescimento agrícola, da proliferação de plantações, da permanente caça ilegal, da complacência jurídica e criminal com o uso de partes do seu corpo na medicina tradicional oriental.
Olhando para as imagens que aqui ficam, espero que perante tanta beleza, tanta grandiosidade, todos nós paremos por instantes para pensar... será que não valerá apena uma vez que seja mexermos a inércia e esquecermos o egocentrismo que nos move... e fazer qualquer coisa que seja, para salvar um ser que só pede que o deixem viver com o pouco que ainda tem? Olhem para estas expressões e tentem sentir o que sinto!

 

  


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